Aberta inscrição para caminhada Noturna do Queimado

10ª Caminhada Noturna do Queimado vai acontecer no dia 21 de março

Aberta inscrição para caminhada Noturna do Queimado


Texto: Djeisan Maria - Foto: Everton Nunes/Secom-PMS

Refazer os passos dos guerreiros do maior movimento de luta contra a escravidão no Espírito Santo, sentindo um pouco do que eles passaram durante a Revolta de Queimado, que aconteceu em 1849, há mais de 170 anos. Esse é o objetivo da 10ª Caminhada Noturna do Queimado, que vai acontecer no dia 21 de março.

Serão 18 km de percurso, realizado durante toda a noite com paradas estratégicas para vivenciar os acontecimentos dessa história. A saída para o trajeto será em Serra-Sede, na praça da estátua de Chico Prego, às 21 horas. Ao final da caminhada, já pela manhã, acontece uma celebração ecumênica para relembrar o acontecimento com cantos e poesias.

Para participar do evento, é necessária fazer inscrição por meio do link: https://forms.gle/4EcfeqQm8gPWCyJ88.

Quem participar da caminhada também poderá conferir o resultado da restauração do sítio histórico do Queimado, destino final dos caminhantes. Foram feitos ajustes na estrutura, para garantir a sustentação da igreja, permitindo que as pessoas visitem as ruínas em segurança.

História 

Em 19 de março de 1849, escravos da localidade de São José do Queimado, hoje distrito de Queimado, se revoltaram por causa de uma promessa do frei italiano Gregório José Maria de Bene. Se os escravos construíssem a igreja de São José, teriam alforria, mas isso não aconteceu.

Mais de 300 homens, mulheres e até crianças participaram dessa rebelião capitaneada por Chico Prego, João da Viúva, Elisiário e muitos outros líderes que articularam seu povo para tomar a liberdade com as próprias mãos. A insurreição foi um movimento tão forte que para contê-la foram necessárias forças vindas do estado do Rio de Janeiro, além das capixabas.

Os rebelados foram presos e julgados, cinco deles condenados à morte. Um dos líderes da Revolta, Elisiário, escapou da cadeia e refugiou-se nas matas do Morro do Mestre Álvaro e nunca mais foi recapturado. Chico Prego foi capturado e enforcado, em 11 de janeiro de 1850.  Hoje, ele nomeia a Lei de Incentivo Cultural do Município.