Feminicídio é debatido em live com secretária de Políticas Públicas para as Mulheres

Os espectadores puderam entender melhor essa tipificação criminal recente no Brasil

Feminicídio é debatido em live com secretária de Políticas Públicas para as Mulheres


Texto: Fernanda Neves - Foto: Reprodução/Facebook

O 8 de março, Dia Internacional da Mulher, é um período que faz suscitar diversos debates sobre a figura do feminino na sociedade. Um deles, o que mostra o quanto ser mulher em alguns contextos ainda é extremamente perigoso, foi o escolhido para a live promovida pelo GM News Portal, na última quinta-feira (4).

O tema escolhido foi o feminicídio e teve como convidada especial a secretária municipal de Direitos Humanos e Cidadania e Políticas Públicas para as Mulheres, Gracimeri Gaviorno. Também participou o advogado Fábio Marvila, com mediação do radialista e publicitário Max Pitangui.

“A sociedade ganha muito quando os veículos de imprensa abrem o seu espaço junto à sua audiência para podemos esclarecer os avanços que nós tivemos no que diz respeito ao enfrentamento da violência contra a mulher, quais são os desafios que ainda precisam ser vencidos, quais são os nossos gargalos, que dados nós precisamos melhorar para poder melhorar também as nossas políticas públicas, entre outros pontos. É uma oportunidade de todos abrirmos nossos horizontes, derrubar preconceitos, formar opiniões com mais qualidade e até motivar homens e mulheres a serem ativos na casa”, explicou Gracimeri.

Sobre a participação dos internautas, a secretária avaliou como muito importante.

“Nós tivemos uma participação muito atuante. Muita gente, depois desse evento, entrou em contato com a Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres (Seppom) querendo mais esclarecimentos, buscando compreender a questão dos dados – os tipos, a qualidade, no que podemos confiar ou não, na razão deles serem importantes. Isso é espetacular quando estamos tratando em mudanças de cultura: o interesse”, analisou.

Não podemos observar somente o feminicídio

Em sua fala, Gracimeri destacou que precisamos efetivar os direitos humanos para todas as pessoas e que ainda temos um longo caminho pela frente, mas, que no Espírito Santo, duas publicações importantes são usadas como base quando vamos tratar de feminicídio: os do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e os do Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas e Estudos em Saúde – NIPES – produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) com coleta de informações do Sistema Único de Saúde.

Utilizando esses parâmetros, o número de homicídios ocorridos em ambiente doméstico chega a 97% de probabilidade destas mortes serem constatadas como feminicídio. Ela também alertou para o fato dos dados desse tipo de violência só terem começado a ser contabilizados em 2015. Mesmo assim, muitos avanços já foram alcançados.

Um divisor de águas ocorrerá, segundo sua fala, quando os dados de feminicídios tentados e não apenas consumados começarem a ser considerados. Isso porque a morte da mulher é a última consequência de uma cascata de violência que muitas vezes começa com algo simples e, ao longo do tempo, vai se agravando.

“Quando evoluirmos nos protocolos de registos das violências contra a mulher, teremos oportunidade de criar frentes de trabalhos mais específicas, mesmo que muitas já existam hoje em dia. Com melhor qualidade da informação para podermos trabalhar, melhor será o resultado das nossas estratégias”, concluiu a gestora.

Gaviono também tratou, entre outros assuntos, sobre a história da Lei Maria da Penha, a evolução que uma legislação específica para proteção da mulher trouxe para a jurisprudência brasileira.

Para assistir a live inteira, acesse aqui.