Mulheres solteiras são as maiores vítimas de agressão

Elas representam quase a metade dos atendimentos da Secretaria da Mulher

Mulheres solteiras são as maiores vítimas de agressão


Texto: Djeisan Maria

O número de mulheres solteiras vítimas de violência tem crescido. É o que aponta um mapeamento feito pela Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres da Serra (Seppom). O estudo revela que em 2016 a maioria das atendidas pela secretaria eram casadas (31%). Já em 2019, a maior parte é de solteiras (43%).

O estudo ainda revela que a maioria está desempregada e que o agressor é o companheiro da vítima, sendo mais comum a agressão dentro de casa. A maioria das vítimas tem ensino médio completo, e se declara parda e evangélica. 

Para dar conta dessa nova realidade, a Seppom tem atuado na raiz do problema, com orientações para adolescentes e jovens das escolas públicas, empresas e nas ruas da cidade. O Trocando uma Ideia atingiu cerca de 8 mil alunos, de 11 a 80 anos, que debateram sobre a desconstrução do machismo por meio do diálogo direto para uma cultura de paz e respeito.

“A valorização da mulher, transformando o olhar da sociedade com informação e orientação, é o nosso objetivo", afirma a titular da Seppom, Luciana Malini.

Capacitar quem leva informação também é importante neste cenário. Por isso, 200 educadores foram beneficiados pelo projeto Quem Ama Abraça no último ano. Os professores foram treinados para identificar situações de violência entre os alunos e dar os encaminhamentos necessários.

Prevenção

Para conscientizar a mulherada sobre a quebra do ciclo de violência, a Seppom já percorreu 23 bairros, levando informação a quase 2.700 mulheres, por meio do Serra Mais Mulher. Também foram atingidos 150 mil domicílios, que receberam material educativo sobre a violência e sobre os serviços ofertados pela secretaria.

A Seppom funciona em Serra-Sede, das 8 às 18 horas, de segunda a sexta-feira. Oferece acolhimento, orientação e atendimento às mulheres em situação de violência doméstica, familiar e sexual; atendimento psicossocial; atendimento de serviço social; atendimento jurídico; brinquedoteca; grupo de mulheres; acompanhamento social, entre outros. Ainda encaminha para a Casa Abrigo Estadual "Maria Cândida Teixeira" - CAES mulheres serranas em situação de violência doméstica com ameaça de morte, que necessitem de proteção e garantia da integridade física.