Educação antirracista: estudantes conhecem o cotidiano de um professor universitário
Projeto "Eu sou Pretagonista" entrevistou o professor Gustavo Forde, autor do livro "Vozes Negras na História da Educação: Racismo, Educação e Movimento Negro no Espírito Santo (1978-2002)"
Texto: Marcelo Pereira
- Foto: Valeska Mathias/divulgação
Alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) São Diogo participaram de mais uma etapa do projeto “Eu sou Pretagonista”, criado e desenvolvido pela professora de Artes Valeska Mathias. A ação tem o apoio e orientação da Coordenação de Estudos Étnico-Raciais da Secretaria Municipal de Educação da Serra (Sedu).
Durante o projeto, os estudantes entrevistam pessoas que tiveram suas vidas e trajetórias profissionais marcadas por questões envolvendo a luta por igualdade racial e direitos para as pessoas pretas.
Dessa vez, o encontro realizado no último dia 30 foi com o professor e doutor em Educação, Gustavo Forde. Ele faz parte do quadro dos profissionais da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), onde atua na área da Educação das Relações Étnico-raciais.
Forde é autor do livro "Vozes Negras na História da Educação: Racismo, Educação e Movimento Negro no Espírito Santo (1978-2002)". Na obra são abordados assuntos como o protagonismo do movimento negro, o racismo institucionalizado e a constituição da sociedade e da educação em nível estadual e nacional.
O professor e doutor desenvolve estudos e pesquisas em afrodescendência e relações étnico-raciais na educação, com interesse especial nos campos da história da educação, do movimento negro e do ensino de matemática.
“Foi revigorante participar do projeto. Bater papo com aquela meninada, estudantes do 4º ano, me fez transbordar de esperança nos termos ‘freiriano’ do verbo ‘esperançar’. O diálogo com a meninada foi perceptível e a escuta sensível foi presente em todas as pessoas ali à sombra daquela mangueira. Foi um presente para mim, testemunhar um projeto consistente, afetuoso, lúdico e rico em novos conteúdos! Se não bastasse ser presenteado com esta oportunidade de aprender com as crianças, ainda fui agraciado com dois jogos africanos produzidos pelo projeto! Professora Valeska, você está fazendo história e contribuindo para mudar tantas histórias possíveis dessas crianças!”, declarou Gustavo em suas redes sociais.
O projeto já entrevistou a secretária de Educação da Serra, Luciana Coutinho, o artista urbano Nico, que inclusive grafitou a parede do novo anexo da Emef, e a professora e escritora Noélia Miranda.