Estudantes participam de diálogos sobre combate ao racismo e empoderamento negro
A ação aconteceu nesta sexta (22) na Emef São Diogo
Texto: Marcelo Pereira
- Foto: Marcelo Pereira
A garotada das turmas de quarto ano A, B e C da Emef São Diogo, em São Diogo II, tiveram a manhã desta sexta-feira (22) marcada por muita informação sobre combate ao racismo e empoderamento negro.
Eles participaram da abertura do projeto “Eu sou Pretagonista”, criado e desenvolvido na escola pela professora de Artes Valeska Mathias. A ação tem o apoio e orientação da Coordenação de Estudos Étnico-Raciais da Secretaria Municipal de Educação da Serra (Sedu).
Nele, os 70 estudantes fazem uma roda de conversa, entrevistando pessoas que tiveram suas vidas e trajetória profissional marcada por questões envolvendo luta por igualdade racial e direitos para as pessoas pretas.
Fazendo referência às tradições das comunidades afro quando vão discutir assuntos coletivos, a ação aconteceu debaixo de uma mangueira, no pátio do colégio, com os entrevistadores mirins dispostos em círculo.
Quem abriu a lista de convidados foi a secretária de Educação da Serra, Luciana Galdino. Ela respondeu às perguntas dos alunos, narrando sua história como mulher negra enquanto estudante e profissional da Educação.
Ela frisou que passou por situações de preconceito mas que nunca desanimou e destacou que o papel da escola é imprescindível no combate ao racismo.
“Quando a gente passa a ter mais informações sobre o tema e também sobre as nossas origens e a nossa história, a gente passa a valorizar o que somos e também a lutar por respeito e por direitos”, destacou.
A professora Valeska explicou que o projeto é feito em formato de entrevista para dar mais dinamismo às reflexões sobre o tema. “Além disso, os estudantes ficam por dentro do que aconteceu com essas pessoas, como elas lidam com preconceito racial e luta de direitos em suas vidas e veem que pessoas pretas também estão em lugar de destaque em nossa sociedade”, reforçou.
A estudante Maisa Torres, 9 anos, do 4º ano B, foi uma das que entrevistou a secretária. Ela gostou de participar da ação e apontou a importância da escola em incluir esse assunto nas atividades pedagógicas.
“Foi legal saber que a secretária de Educação tem orgulho de ser uma mulher negra, que ela ensina os filhos dela sobre o assunto. A ação da professora Valeska ajuda a gente a refletir sobre preconceito e racismo porque muitos pais não falam e deveriam fazer isso, refletir mais do tema com as crianças em casa. Apesar da escola não ter essa função, é muito bom que ela ensine que as diferenças devem ser respeitadas”, frisou.
Os próximos convidados do projeto são o professor doutor Gustavo Forde (professor na Universidade Federal do Espírito Santo, onde atua na área da Educação das Relações Étnico-raciais), a escritora Noélia Miranda, o artista Nico (referência em grafitti), a assistente social Fátima Tolentino e o goleiro Mão, pentacampeão do mundo no futebol de areia.