Educação antirracista: estudantes por dentro de personagens negros nas histórias em quadrinhos

Projeto "Eu sou Pretagonista" entrevistou o professor, escritor e pesquisador Elbert Agostinho, autor do livro "Negritude, Poderes e Heroísmos", que foi o primeiro livro brasileiro a discutir sobre personagens negros da cultura pop

Educação antirracista: estudantes por dentro de personagens negros nas histórias em quadrinhos


Texto: Marcelo Pereira - Foto: Valeska Mathias/divulgação

O historiador, escritor e fundador do Observatório Carioca de Histórias em Quadrinhos, Elbert Agostinho, foi o convidado de mais uma etapa do projeto “Eu sou Pretagonista”, criado e desenvolvido pela professora de Artes Valeska Mathias na Emef São Diogo, em São Diogo.

O bate-papo com os estudantes aconteceu na manhã da última quarta-feira (25) de forma on-line. 

Durante o projeto, os estudantes entrevistam pessoas que tiveram suas vidas e trajetórias profissionais marcadas por questões envolvendo a luta por igualdade racial e direitos para as pessoas pretas.

A ação tem o apoio e orientação da Coordenação de Estudos Étnico-Raciais da Secretaria Municipal de Educação da Serra (Sedu).

Agostinho abordou com os pequenos leitores a presença de personagens e heróis negros nas HQs. Ele utiliza quadrinhos quando leciona a disciplina de história, estimulando o interesse e questionamentos dos estudantes.

Escreveu "Negritude, Poderes e Heroísmos", que foi o primeiro livro brasileiro a discutir sobre personagens negros da cultura pop. O exemplar chegou a ser selecionado pela Universidade de São Paulo (USP) como um dos melhores livros teóricos de 2021, e foi indicado ao HQMIX (o maior prêmio de histórias em quadrinhos no Brasil) como melhor livro teórico de 2021. A obra se tornou referência para estudos de mídia e identidade negra.

Este ano, Elbert lançou o livro "O Dia em que o Vento Perdeu a Cor".

O projeto da professora Valeska já entrevistou a secretária de Educação da Serra, Luciana Galdino, o artista urbano Nico, que inclusive grafitou a parede do novo anexo da Emef, a professora e escritora Noélia Miranda e o professor e doutor em Educação, Gustavo Forde, da Universidade Federal do Espírito Santo.